quarta-feira, 8 de janeiro de 2014


CANJA COM GALINHA – NOTA DE ABERTURA


Ter um jornal de opinião na NET? Boa ideia. Mas seriam necessários colaboradores que não se importassem de publicar ideias diferentes das minhas e dos outros. Era necessário um jornalista para Diretor. Depois, um  advogado para nos defender do UI (único importante, sabem quem é?).

Não , não. Vamos para coisa mais simples – um Blogue.

Pedro ensina-me como se faz!

Mas é necessário um nome! Se meter Gastronomia tanto melhor – faisão com trufas? Lagosta à maître de qualquer coisa?

Com toda esta crise ou mete porco ou galinha... Porco é porco, a galinha cacareja e da galinha faz-se muita coisa e podemos começar por fazer uma canja?

Boa, CANJA DE GALINHA!

Relembro histórias da minha infância, com um galinheiro atrás do meu quarto de dormir, com a empregada a executar a sua limpeza às 7 da manhã e o menino de férias a acordar com o cacarejar das ditas inquilinas que ou ponham ovos ou avançavam para a panela. Também as havia que avançavam para o seu fim com ovos em formação e essa canja com os  ditos percursores dos “bisalhos”(1), oh maravilha das maravilhas...Acorda João! Isso é crime lesa Pátria..., É comer “criancinhas” à Ceia..
Essa canja servia-se em alturas mais ou menos solenes. Lembro-me que nas “Festas” (Natal e Fim do Ano) era servida em determinados dias e a determinadas horas.

Contava-se que de outra forma  era feita a Canja de Galinha no antigo Casino, situado nas imediações do atual, na Quinta Pavão.
Não assisti ao que vou descrever e não garanto da sua total veracidade. O Casino na minha juventude era um bom sítio para namorar (nos jardins), ou para os bailes e 5º e 6º ano, geralmente matinés dançantes ao som do Tony Amaral Júnior.
Mas continuando a história, serviam canja nas noites de animadas festas de “gente grande”, onde  Senhores da terra não paravam de dançar com as suas eleitas do momento, mesmo após a música parar...MARMELADE NEVER STOP (tradução à madeirense). Prazeres simples e mais baratos que os de agora, que nos fazem pagar viagens e estadias em hotéis de Luxo com todas as mordomias numa capital da Europa.
Detesto glorificar o passado, principalmente dessa altura, por receio da tendência para a generalização. Esse período, fase negra da nossa história embora possa gerar algumas emoções positivas, principalmente no campo da saudade, não deve escamotear um aspecto muito importante que ainda nos resta– a Liberdade. Podemos é considerar  que por vezes tenha pouca utilidade ou aplicação.
Mas se a confecção dessa canja nada tinha a ver com as tecnologias Knorr ou Maggi, havia a utilização de uma tecnologia  mecânica /química. – o galináceo  estava suportado um sistema de roldana. Quando  havia que fazer a dita canja o dito era mecanicamente  mergulhado na água fervente, com os outros condimentos necessários e a efusão daria algum gosto próprio da canja. Terminada a confecção o galináceo era hasteado da panela através do mesmo sistema até à necessidade de mais produção.

(1) – termo madeirense que nada tem  a ver com pequeno saco, como indicam alguns dicionários, mas com pinto.(2).
(2)  - Não  é um nome próprio. Nada tem a ver com nome próprio diz respeito ao Marinho Pinto, ao João Pinto, ao Pinto da Costa (3)  ou Fernão Mentes Minto, digo, Pinto. Nem é o presente do indicativo do verbo Pintar.  É o termo que o Madeirense também usa para dizer pintainho.
(3) – Comum utilizar as palavras “o nosso pintinho” como dizem alguns habitantes da zona provinciana situada na margem direita do rio Douro e ,pasme-se, mais uma vez campeão nacional de futebol, perante a inépcia da gestão clubística de Lisboa. Essa personagem terá sido colega, em Colégio interno (4) do nosso presidente da ALR, subordinado do nosso “Gi Are” (tradução para inglês de JR).
(4) – Era comum nessa altura as famílias de algumas posses mandarem os filhos mal comportados ou cábulas para esses Colégios com Internato. Não sei se a razão foi essa, mas os resultados estão à vista

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